segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Outra etapa

A campanha eleitoral americana que consagrou Barack Obama e uma campanha repleta de pioneirismo, criatividade e assertividade, deixou grandes e bons exemplos de estratégias, atitudes e sobretudo, peças publicitárias que, invariavelmente, comprovam estar um estágio a frente da grande maioria das coisas que são produzidas por aqui. Um desses exemplos é este clipe que condensou num Rap, o cenário socio-político nos EUA diante das eleições, galvanizando a atenção e persuadindo o eleitor a votar no candidato demacrata:

Sobre clipe abaixo

Só após ter postado o video abaixo que soube através do amigo Guga da comunidade Marketing Político, que a canção em questão é brasileiríssima, "Guerreiro Menino" foi composta por Gonzaguinha e também regravada por Fágner.

sábado, 15 de novembro de 2008

Marketing Político português

Aqui vai um clipe - belo por sinal - com jingle e imagens do então candidato a 1º ministro de Portugal, Pedro Santana Lopes, que ocupara o cargo por cerca de 1 ano via indicação do partido e que tentou retornar pelo voto popular nas eleições legislativas de 2005. Vale salientar que ele entrou por indicação do partido que pertence, o PSD, após o Partido ( que tem esse poder ) ter demitido o primeiro-ministro Durão Barroso. Como primeiro-ministro, Santana não chegou a passar mais que 12 meses já que por ter feito demissões no alto escalão do governo português, desagradou o partido que o demitiu sumariamente. A letra desta música de campanha aborda exatamente esta perda da possibilidade de trabalhar por Portugal. É boa, bem emotiva, mas não conseguiu conduzi-lo novamente ao palácio presidencial pois o candidato do outro partido forte de Portugal venceu as eleições.
Tem outros elementos comuns às campanhas feitas aqui no Brasil como a adoção de um apelido político, O Santana foi batizado de Menino Guerreiro. É bem interessante analisar as peculiaridades, mas sobretudo as semelhanças entre as campanhas políticas nos países mundo afora:



E abaixo temos um vídeo que caracteriza bem a personalidade aguerrida de Santana Lopes. Numa entrevista a um canal de televisão português, respondendo aqui como líder do Partido Social Democrata, o jornal interrompeu sua entrevista no meio de uma resposta para mostrar a chegada ao aeroporto do técnico da Inter de Milão que treinava à época o Chelsea da Inglaterra. Emfesado (com razão convenhamos) com a interrupção, Santana se recusou a continuar a entrevista e deixou a âncora do jornal numa saia-justa.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Biografia do Duda Mendonça gratuita em seu blog.



Durante o período eleitoral, o mestre Duda Mendonça retirou o conteúdo do seu blog do ar que trazia inúmeras dicas e mandamentos do seu trabalho, muito em função da sua indisponibilidade de atualizar e talvez com uma "pitadinha" de receio que alguma informação sobre sua postura ou métodos explanados no blog pudesse ser previsto por algum concorrente em alguma cidade que ele atuou. Em contrapartida, pôs em PDF 1 capítulo do seu livro/biografia por semana ao longo desse período. Chegamos ao final das eleições e lá está o livro completo para baixar separados por capítulos. Vale a pena conferir: Clique aqui.

Enquanto isso no planalto central...

... Lula se ressente pela incapacidade de transferir popularidade diante de uma pergunta inusitada...


sábado, 25 de outubro de 2008

Tom Cavalcanti imita Quintão em programa eleitoral

Parece que a concepção de que os artistas podem mexer no imaginário popular e reforçar decisivamente as campanhas voltou com força total. Tivemos Caetano Veloso no Rio vaticinando a ida de Gabeira ao 2º turno; depois vieram os sambistas na campanha de Eduardo Paes (reza a lenda que estes deram o ar da graça mas não "de graça"). Esta polêmica de uma suposta aparição em troca de dinheiro também aconteceu em Belo Horizonte. Se paga ou não, a imitação de Tom Cavalcante no programa do socialista Márcio Lacerda parodiando Leonardo Quintão está impagável.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Guerra sob todos os aspectos




Guerra sob todos os aspectos
MICHELE OLIVEIRA
da Folha

A campanha de Gilberto Kassab (DEM) diz no site que nos últimos dias a página foi alvo de hackers, em ação para "derrubar" o endereço.

Segundo está no site, os "ataques" vieram de São Paulo, Brasília e Recife.

"Consideramos esse tipo de atitude uma baixaria. Estamos preparados para resistir a esse tipo de ofensiva, mas é sempre bom alertar também o nosso leitor", afirma a campanha.

Segundo a campanha do PT, a página de Marta Suplicy na internet também tem sido alvo desde o primeiro turno de ações de hackers. Eles dizem ter aumentado os mecanismos de defesa para manter a página segura.

Em Belo Horizonte, a campanha de Marcio Lacerda (PSB) informou ter acionado no final de semana a Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Informático após a página oficial do candidato na internet ser alvo de hackers.

A propósito. Site da Marta: www.marta13.can.br
Site do Kassab: www.kassab25.com.br

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Duda Mendonça entra na campanha de Márcio Lacerda





Coincidentemente esta notícia entrelaça as duas últimas postagens deste blog.


Eis que a campanha de Lacerda(PSB) à prefeitura de BH busca o mesmo recurso que a de Pedro Pedrossian ao Governo do Mato Grosso do Sul há 10 anos atrás e de muitos outros candidatos ameaçados pelas quedas nas pesquisas. A mudança do comando do Marketing para mudar o cenário prognosticado e o nome do escolhido é o mesmo: Duda Mendonça. A notícia afirma que ele seria uma espécie de consultor. Balela, ele foi contratado para comandar efetivamente o barco.

Circunstâncias parecidas? Acredito que não, endosso o que afirmei no texto abaixo, a eleição belo-horizontina irá emparelhar-se novamente. Observemos..

Transcrição da notícia

Duda Mendonça entra na campanha de Marcio LacerdaRayder Bragon
Especial para o UOL
Em Belo Horizonte
O marqueteiro político Duda Mendonça entrou na campanha de Marcio Lacerda (PSB), neste segundo turno da eleição de Belo Horizonte, admitiu o coordenador de campanha do socialista, o deputado federal Virgílio Guimarães (PT), para quem Mendonça foi incorporado na equipe como "um consultor para fornecer análise crítica".


O marqueteiro Duda Mendonça é "consultor" da campanha de Marcio Lacerda, candidato do PSB
Ao ser questionado se o marqueteiro havia entrado somente esta semana para reforçar a campanha de Lacerda, o coordenador confirmou ter pedido o auxílio de Mendonça após a definição do segundo turno na capital mineira. Segundo pesquisa Datafolha para o segundo turno, Lacerda aparece dez pontos atrás de Leonardo Quintão (PMDB), com 37%, seu adversário na corrida para a prefeitura. Ainda segundo o Ibope, Lacerda tem 33% contra 51% do peemdebista...

Continuação da notícia

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O 'Showman'

Leonardo Quintão (PMDB-MG) é, indubitavelmente, a grande surpresa dessa campanha. Apesar do tom populista que empregou, foi dessa maneira que chamou a atenção do eleitorado de BH na reta final e combinado a uma certa desaprovação à figura de Márcio Lacerda (PSB) em meio à um acordão que tentou misturar água e óleo (leia-se tucanos e petistas) em detrimento do humor de cada partido e de sua base.
Nesse espectro, o belo-horizontino escolheu Quintão que crescera 30 pontos percentuais nos últimos 15 dias de campanha e à tiracolo largou com mais 20 de vantagem no embate do 2º turno. Articulado, desenvolto, jovial e hiperativo; Quintão dava declarações que traduziam este espírito e que, observando atentamente, ultrapassava o tom ideal. Declarava que era muito melhor que o adversário e fazia brincadeiras a todo instante. Fruto do momento de apoteose? Não. Estas atitudes, como veremos a seguir, é peculiar à sua personalidade mesmo, como veremos no vídeo a seguir.



O chavão "A diferença entre o remédio e o veneno é a dose" é inconteste. Logo, esta dose deve ser bem manipulada. Não tenho meios de acompanhar de perto o dia-a-dia da eleição da capital mineira mas acredito piamente que se não for moderado este "malabarismo performático" do Quintão, o cenário poderá se reverter. A resultante disso tudo, no meu palpite, será o acirramento da campanha nessa reta final com o vencedor triunfando com uma margem pequena em termos percentuais. Apesar de tudo, ainda acredito que dará Quintão mas que, por esses excessos, perdeu a oportunidade de trucidar o adversário.

domingo, 19 de outubro de 2008

Ctrl+C e Ctrl+V do Duda.

Em meados da década de 90 nascia a "Lenda do Marketeiro", impulsionada pelo predomínio da televisão e rádio como grande instrumento de campanha, o sofisma de que um profissional de marketing competente teria capacidade de moldar e transformar um candidato que, conseqüente e infalivelmente, através dessa "alquimia" venceria qualquer pleito. Surge então a célebre e falsa premissa de que o marketeiro ganha (sozinho) eleição. Nomes como Duda Mendonça são alçados à mídia como agentes dessas façanhas e suas fórmulas são demasiadamente repetidas em diversas campanhas nos mais variados estados e o maior símbolo que nos remete à esta época foi o bordão que teoricamente dera um empurrão enorme para eleição de Paulo Maluf à prefeitura de São Paulo em 1992. O slogan: "Foi Maluf que fez" destroçava o contra-argumento utilizado pelos oponentes de que o mesmo roubava. Na medida em que era questionadana nas pesquisas qualitativas sobre este suposto hábito escuso do candidato em questão, a população (impregnada por esse mote através de jingles, programas de TV e afins) respondia: "Se rouba, não sei, mas faz! ". E isso contagiou o paulistano, conduzindo o candidato à vitória. Esta fórmula, então, supostamente seria ideal para todo e qualquer candidato que tivesse um histórico de muito trabalho e obras. Nesses programas abaixo podemos ver o desdobramento do bordão " Fulano fez, Fulano faz, Fulano vai fazer muito mais " que de região para região, só mudava o nome do candidato e uma palavrinha ou duas desse slogan hoje mais do que batido. Então começaremos com o próprio Maluf reutilizando em 1998 como candidato (derrotado) a Governador:


Em seguida, temos aqui, o bordão sendo usado na candidatura de Pedro Pedrossian, que liderou as pesquisas para o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul durante todo o período pré-eleitoral de 1998 e numa fraca campanha de TV e rádio , contratou às pressas, já na reta final, o Duda para tentar reverter um iminente fracasso que se concretizou. Tarde demais. Certamente se a coordenação do Duda tivesse acontecido desde o início ele teria ido ao 2º turno. De qualquer maneira, a última bala do rifle foi o slogan em questão:



E por último, vemos o Duda utilizando a fórmula com o ex-presidente Carlos Meném numa tentativa frustrada de voltar à Casa Rosada. "Lo hizo" significa "Ele Fez":



Estes três exemplos nos remetem à compreensão que por melhor que seja um formato, uma peça ou um slogan, ele não é obrigatoriamente adequado quando usado diferentes situações e contextos. Nem de longe quero questionar a capacidade do Duda, que na minha opinião é um monstro do marketing político e ainda hoje, se não o melhor, é um dos melhores. A desmistificação da " Lenda do Marketeiro " ratifica a importância do candidato para o êxito ou fracasso da disputa.