domingo, 19 de outubro de 2008

Ctrl+C e Ctrl+V do Duda.

Em meados da década de 90 nascia a "Lenda do Marketeiro", impulsionada pelo predomínio da televisão e rádio como grande instrumento de campanha, o sofisma de que um profissional de marketing competente teria capacidade de moldar e transformar um candidato que, conseqüente e infalivelmente, através dessa "alquimia" venceria qualquer pleito. Surge então a célebre e falsa premissa de que o marketeiro ganha (sozinho) eleição. Nomes como Duda Mendonça são alçados à mídia como agentes dessas façanhas e suas fórmulas são demasiadamente repetidas em diversas campanhas nos mais variados estados e o maior símbolo que nos remete à esta época foi o bordão que teoricamente dera um empurrão enorme para eleição de Paulo Maluf à prefeitura de São Paulo em 1992. O slogan: "Foi Maluf que fez" destroçava o contra-argumento utilizado pelos oponentes de que o mesmo roubava. Na medida em que era questionadana nas pesquisas qualitativas sobre este suposto hábito escuso do candidato em questão, a população (impregnada por esse mote através de jingles, programas de TV e afins) respondia: "Se rouba, não sei, mas faz! ". E isso contagiou o paulistano, conduzindo o candidato à vitória. Esta fórmula, então, supostamente seria ideal para todo e qualquer candidato que tivesse um histórico de muito trabalho e obras. Nesses programas abaixo podemos ver o desdobramento do bordão " Fulano fez, Fulano faz, Fulano vai fazer muito mais " que de região para região, só mudava o nome do candidato e uma palavrinha ou duas desse slogan hoje mais do que batido. Então começaremos com o próprio Maluf reutilizando em 1998 como candidato (derrotado) a Governador:


Em seguida, temos aqui, o bordão sendo usado na candidatura de Pedro Pedrossian, que liderou as pesquisas para o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul durante todo o período pré-eleitoral de 1998 e numa fraca campanha de TV e rádio , contratou às pressas, já na reta final, o Duda para tentar reverter um iminente fracasso que se concretizou. Tarde demais. Certamente se a coordenação do Duda tivesse acontecido desde o início ele teria ido ao 2º turno. De qualquer maneira, a última bala do rifle foi o slogan em questão:



E por último, vemos o Duda utilizando a fórmula com o ex-presidente Carlos Meném numa tentativa frustrada de voltar à Casa Rosada. "Lo hizo" significa "Ele Fez":



Estes três exemplos nos remetem à compreensão que por melhor que seja um formato, uma peça ou um slogan, ele não é obrigatoriamente adequado quando usado diferentes situações e contextos. Nem de longe quero questionar a capacidade do Duda, que na minha opinião é um monstro do marketing político e ainda hoje, se não o melhor, é um dos melhores. A desmistificação da " Lenda do Marketeiro " ratifica a importância do candidato para o êxito ou fracasso da disputa.

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